2022, segunda edição do Cura na Raulzona. Mais uma vez, transformamos a paisagem da praça e de seu entorno. Neste ano, firmamos nossos pés na terra — literal e simbolicamente. Com o tema TERRA, nos voltamos para o chão, para o território, para nossas raízes e para a urgência da luta por demarcação e de reimaginar o futuro a partir das raízes. Durante dez dias, entre 15 e 25 de setembro, a Praça Raul Soares se transformou em nosso ponto de encontro, espaço de celebração, de luta e de pertencimento. Criamos três novas empenas, uma fachada de lambe, uma instalação na praça e performances que atravessaram a cidade com força e beleza. Nossa programação também contou com shows, DJs, o lançamento da Loja CURA e do novo catálogo — tudo isso ao ar livre, gratuito e coletivo.

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Nessa edição, Sueli Maxakali, professora e cineasta indígena do povo Tikmũ’ũn, pintou a empena do Edifício Roma, trazendo a força do olhar feminino indígena para o centro da cidade. Pedro Neves, artista do Maranhão radicado em Betim, criou um mural no Edifício Copacabana, misturando o imaginário do Norte com a arquitetura dura do centro de BH. Já o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) assinou, de forma inédita, uma empena no Edifício Rochedo — um manifesto visual sobre a agroecologia, os direitos à terra e a cultura popular do campo. E Willand Cabral, artista não-binária do Aglomerado da Serra, levou o universo da cultura ballroom para a fachada do Hotel Sorrento, com uma obra que desafia os limites do corpo, da arte e da cidade. Na praça, a instalação Homens de Barro, da artista baiana Selma Calheira, apresentou 26 figuras humanas em cerâmica crua, alinhadas lado a lado, como um chamado à equidade social, à dignidade e ao pertencimento. Um lembrete silencioso de que, antes de tudo, viemos da terra — e é para ela que sempre voltamos. Nossa 7ª edição foi um mergulho profundo nas questões que nos sustentam: pertencimento, memória, justiça e comunidade. Seguimos com o chão sob os pés e os olhos voltados para o horizonte.